NotíciasAnvisa aprova primeiro medicamento que retarda a progressão do Alzheimer no Brasil.

23 Abril, 2025


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (22) o registro do primeiro medicamento no Brasil com evidência científica de eficácia para retardar a progressão do Alzheimer em adultos sintomáticos. Indicado para pacientes com comprometimento cognitivo leve ou em estágio inicial de demência, o tratamento representa um marco no combate à doença neurodegenerativa.

Anvisa aprova primeiro medicamento que retarda a progressão do Alzheimer no Brasil

Foto |Reprodução

Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o medicamento donanemabe será comercializado sob o nome Kisunla. Aprovado nos Estados Unidos em julho de 2024, o fármaco demonstrou reduzir em 35% a progressão clínica da doença em pacientes nos estágios iniciais, segundo dados de um estudo clínico multicêntrico conduzido com 1.736 participantes de oito países.

O Kisunla é administrado por infusão intravenosa mensal e tem como principal mecanismo de ação a remoção das placas de proteína beta-amiloide no cérebro — acúmulo associado ao desenvolvimento do Alzheimer. É o primeiro tratamento aprovado no país com foco específico nessa abordagem terapêutica. De acordo com os resultados do estudo, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram uma desaceleração significativa do declínio cognitivo e funcional em comparação com aqueles que receberam placebo. A dosagem inicial foi de 700 miligramas nas três primeiras aplicações, aumentando para 1.400 mg nas subsequentes.

Contudo, o tratamento possui restrições importantes. Não é indicado para pacientes heterozigotos ou não portadores do gene ApoE ε4 (apolipoproteína E ε4), que influencia o risco e a resposta à terapia. Também há contraindicações para pessoas que utilizam anticoagulantes, como varfarina, ou que tenham diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral — condição que aumenta o risco de complicações.

Entre os efeitos adversos observados estão febre, cefaleia e alterações cerebrais. Por se tratar de um medicamento de uso controlado, sua comercialização será permitida apenas com prescrição médica e acompanhamento especializado. A aprovação do Kisunla no Brasil reforça os avanços da ciência no enfrentamento do Alzheimer, uma doença que afeta cerca de 1,2 milhão de pessoas no país, segundo estimativas da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). O novo tratamento amplia as perspectivas de qualidade de vida para pacientes e familiares, embora ainda não represente uma cura.

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