A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (14), o registro definitivo da vacina contra a chikungunya no Brasil. O imunizante é fruto da parceria entre o Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e a farmacêutica franco-austríaca Valneva.

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Com a decisão, o Brasil passa a ter oficialmente uma vacina autorizada para aplicação em adultos a partir dos 18 anos, um avanço significativo no combate a uma das arboviroses que mais preocupa as autoridades de saúde pública. A chikungunya pode causar dor crônica nas articulações e, apenas em 2024, afetou mais de 620 mil pessoas em todo o mundo. O Brasil figura entre os países com maior número de casos, ao lado de Paraguai, Argentina e Bolívia.
A eficácia do imunizante foi confirmada em estudo clínico conduzido nos Estados Unidos com 4 mil voluntários, entre 18 e 65 anos, onde 98,9% dos participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes contra o vírus. Os dados, considerados sólidos e promissores, foram publicados pela revista científica The Lancet em junho de 2023.

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Além da aprovação da Anvisa, a vacina também já havia sido aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e pela European Medicines Agency (EMA), da União Europeia — reforçando a credibilidade e segurança do imunizante, que é o primeiro aprovado no mundo para prevenir a chikungunya.

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Apesar da aprovação, ainda há etapas a serem cumpridas antes de o imunizante chegar à rede pública. O Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de uma versão com parte da produção realizada no Brasil, que será submetida à CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde). A expectativa é que, após aprovação, a vacina seja ofertada prioritariamente a populações que vivem em áreas endêmicas — regiões onde o vírus circula com maior frequência. Segundo o diretor do Butantan, Esper Kallás, "a partir da aprovação pelo CONITEC, a vacina poderá ser fornecida estrategicamente, e a definição dos grupos prioritários caberá ao Ministério da Saúde".