Durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado, realizada nesta quinta-feira (3), o Brasil assumiu a presidência pro tempore do MERCOSUL com uma agenda centrada na ampliação da integração regional e no fortalecimento do desenvolvimento sustentável. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o país está comprometido em dar novo impulso ao bloco sul-americano, com prioridade para acordos internacionais, transição energética, inovação tecnológica, combate à criminalidade e promoção dos direitos dos cidadãos.

Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert/PR
"Vou me dedicar para que a gente possa avançar o máximo que pudermos, para que o MERCOSUL se transforme num grande bloco econômico, político, cultural, científico e tecnológico", afirmou, ao frisar que a presidência brasileira dará continuidade e profundidade às declarações adotadas durante o encontro em Buenos Aires.
Presidente Lula reconheceu os desafios apontados pelos demais chefes de Estado ao longo da reunião, especialmente em relação à lentidão em processos decisórios do bloco. "Ouvi com atenção as angústias que cada presidente colocou nas suas falas: a falta de rapidez nas decisões, a demora para executar o que muitas vezes já foi acordado. Quero me comprometer com cada um de vocês. Prometo que vou fazer a minha parte", declarou.
Com mandato até o fim de 2025, a presidência brasileira pretende intensificar as articulações políticas e econômicas com outros blocos e países, reforçando o papel estratégico do MERCOSUL no cenário internacional. "Temos tudo: um povo generoso, conhecimento científico e tecnológico, experiência política. Cabe somente a nós decidir se seremos grandes ou pequenos, porque temos tudo para desempenhar um grande papel na construção de um mundo mais justo e sustentável",concluiu.
Cinco eixos prioritários da gestão brasileira no MERCOSUL:
1° Fortalecimento do comércio entre países do bloco e com parceiros externos
2° Enfrentamento da mudança do clima e promoção da transição energética
3° Desenvolvimento tecnológico
4° Combate ao crime organizado
5° Promoção dos direitos dos cidadãos do MERCOSUL
De janeiro a maio de 2025, o intercâmbio comercial entre os países do MERCOSUL totalizou US$ 17,5 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 10,2 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 7,2 bilhões, resultando em um superávit de US$ 3 bilhões para o Brasil.
Entre os principais produtos exportados pelo país ao bloco estão veículos automotores, mercadorias da indústria de transformação e minério de ferro. Já as importações brasileiras concentram-se em automóveis de carga e passageiros, trigo, centeio e energia elétrica.