Em mais um passo estratégico rumo ao fortalecimento da parceria bilateral, o Brasil e a China avançam nas negociações para o desenvolvimento do satélite CBERS-5, que integrará a nova geração do Programa Sino-Brasileiro de Satélites de Recursos Terrestres. O projeto, que será o primeiro da série CBERS a operar em órbita geoestacionária, promete ampliar significativamente a capacidade de monitoramento climático e ambiental, com foco prioritário no território Brasileiro.
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu, na terça-feira (29), uma delegação da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA) para tratar dos detalhes técnicos e políticos da missão. O encontro marca mais um capítulo da histórica cooperação espacial entre os dois países e integra o calendário de preparativos para as cúpulas internacionais previstas para 2025 – a da CELAC-China, em Pequim, e a dos BRICS, no Rio de Janeiro.
A Ministra Luciana Santos destacou o compromisso Brasileiro com um salto tecnológico na área espacial e a intenção de consolidar o CBERS-5 como símbolo da inovação conjunta entre países do Sul Global. “Tomamos a decisão política de fazer um investimento sem precedentes no programa espacial brasileiro. Queremos fazer isso junto com a China, renovando nossa parceria e atendendo às expectativas dos nossos presidentes”, afirmou.
Também ressaltou a importância do momento político para impulsionar as negociações em curso. “Temos marcos relevantes pela frente, como a Cúpula CELAC-China e a Cúpula dos BRICS, que reforçam a necessidade de manter os temas espaciais no centro da agenda bilateral”, completou.
O engenheiro-chefe da agência espacial Chinesa, Li Guoping, celebrou o avanço do projeto. “É uma honra estar aqui para seguir construindo esse projeto com o Brasil. O CBERS-5 é mais do que um satélite – é um símbolo da confiança mútua e da visão compartilhada para o futuro”, disse.
Além de ampliar o monitoramento ambiental, o satélite trará inovações técnicas, como sensores de última geração e maior capacidade de captação de dados. O projeto reforça a posição de Brasil e China como líderes em ciência e tecnologia entre os países emergentes.
Monitoramento climático de ponta
O CBERS-5 — Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres-5, será lançado até 2030 e traz uma inovação fundamental: a operação em órbita geoestacionária, que permite observar continuamente uma mesma região do planeta. Essa característica tornará o satélite uma ferramenta estratégica para o monitoramento climático no Brasil, com capacidade para detectar e acompanhar, em tempo real, fenômenos extremos como secas, enchentes e tempestades. A missão também representa um salto tecnológico para o programa, incorporando sensores mais modernos e maior capacidade de coleta e transmissão de dados meteorológicos e ambientais. O avanço reafirma o protagonismo de Brasil e China como referências em ciência, tecnologia e inovação entre os países do Sul Global.