A Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas por crimes relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Entre os acusados estão figuras de destaque, como o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022, Walter Souza Braga Netto; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo.

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Além dessas lideranças, a lista inclui outros 34 nomes, envolvendo ex-ministros do governo Bolsonaro, ex-comandantes das Forças Armadas, militares da ativa e da reserva, além de ex-assessores do ex-presidente. Os indiciados são acusados de participação em crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Dos 37 investigados, 25 possuem vínculo com as Forças Armadas, sendo militares em diferentes estágios de carreira. A PF aponta que a conspiração envolveu uma rede de contatos com membros estratégicos em posições de poder, reforçando a gravidade das acusações.
O caso representa um dos maiores inquéritos da história recente do país, com possíveis implicações significativas no cenário político e militar. As investigações seguem em andamento, sob supervisão do Supremo Tribunal Federal, que decidirá os próximos passos do processo.
Veja a lista (os nomes estão em ordem alfabética):
1° Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército acusado de intermediar inserção de dados ilegal em cartões de vacinação contra Covid-19.
2° Alexandre Castilho Bitencourt da Silv, coronel do Exército e um dos autores do documento de teor golpista "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro".
3° Alexandre Ramagem, deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal.
4° Almir Garnier Santos, almirante da reserva e ex-comandante da Marinha.
5° Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres.
6° Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.
7° Anderson Lima de Moura, coronel do Exército e um dos autores do documento de teor golpista "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro".
8° Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello.
9° Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército.
10° Bernardo Romão Correa Netto, coronel acusado de integrar núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse de Lula.
11° Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro contratado pelo PL para questionar vulnerabilidade das urnas eletrônicas durante eleições de 2022.
12° Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel do Exército suspeito de ter participado da confecção da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro".
13° Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres.
14° Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.
15° Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista.
16° Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência da República que participou da reunião que tratou da minuta de golpe.
17° Fernando Cerimedo, empresário argentino que fez live questionando a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022.
18° Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos.
19° Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia que desmaiou quando a PF bateu à sua porta.
20° Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid.
21° Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército.
22° José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco.
23° Laercio Vergililo, general da reserva envolvido em suposta trama golpista.
24° Marcelo Bormevet, policial federal suspeito de integrar o esquema de espionagem ilegal conhecido como "Abin paralela".
25° Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro.
26° Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro. É suspeito de participar de um grupo que planejou as mortes de Lula, Alckmin e Moraes.
27° Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição).
28° Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército suspeito de participar de trama golpista.
29° Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.
30° Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército.
31° Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo 'kids pretos'.
32° Ronald Ferreira de Araujo Junior, tenente-coronel do Exército.
33° Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel que integrava o "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral".
34° Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio".
35° Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro e Braga Netto disputaram as eleições de 2022.
36° Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército.
37° Wladimir Matos Soares, policial federal que atuou na segurança do hotel em que Lula ficou hospedado na transição. Ele é suspeito de participar de grupo que planejou as mortes de Lula, Moraes e Alckmin.