NotíciasEstudo Revela Que Quase 19% dos Brasileiros com Covid-19 Apresentam Sintomas Persistentes.

19 Dezembro, 2024


Um estudo conduzido pelo Ministério da Saúde e apresentado nesta quarta-feira (18) revelou que 18,9% dos brasileiros infectados pela Covid-19 relatam condições de saúde persistentes, conhecidas como sintomas pós-covid. Entre as queixas mais frequentes estão ansiedade (33,1%), cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%). Esses sintomas afetam principalmente mulheres e indígenas, com impactos significativos na saúde mental e na qualidade de vida.

Estudo Revela Que Quase 19% dos Brasileiros com Covid-19 Apresentam Sintomas Persistentes

Imagem da Internet

A pesquisa, intitulada "Epicovid 2.0: Inquérito Nacional para Avaliação da Real Dimensão da Pandemia de Covid-19 no Brasil", foi realizada em 133 cidades brasileiras, envolvendo 33.250 entrevistas, e é considerada o maior levantamento populacional sobre a Covid-19 no país. O estudo revelou que mais de 28% da população brasileira – cerca de 60 milhões de pessoas – relatou ter sido infectada pelo vírus.

Vacinação e Impactos Regionais

Segundo o estudo, 90,2% dos entrevistados receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. A adesão foi maior na região Sudeste, entre idosos, mulheres e pessoas com maior nível de escolaridade e renda. A pesquisa também revelou disparidades regionais e econômicas. No Nordeste, a taxa de hospitalização por Covid-19 atingiu 7,6%, enquanto no Centro-Oeste foi de 5,5%. Além disso, as hospitalizações foram mais frequentes entre pessoas de baixa renda.

Desconfiança e Desinformação Sobre a Vacina

Apesar da ampla adesão à vacinação, 27,3% dos entrevistados demonstraram desconfiança em relação às informações recebidas sobre os imunizantes, sendo essa percepção mais comum entre pessoas de menor renda. Outros 15,1% se disseram indiferentes ao assunto, enquanto 32,4% dos não vacinados afirmaram não acreditar na eficácia das vacinas, e 0,5% sequer acreditam na existência do vírus. O impacto da desinformação foi evidente, com 31% dos não vacinados temendo que a vacina pudesse prejudicar a saúde, enquanto 2,5% consideraram desnecessário tomar o imunizante por já terem contraído a doença.

Impactos Econômicos e Sociais da Pandemia

A pandemia trouxe consequências devastadoras para a vida das famílias brasileiras. Quase metade dos entrevistados (48,6%) relatou redução na renda familiar, levando à insegurança alimentar para 47,4% da população. Além disso, 34,9% perderam o emprego e 21,5% precisaram interromper os estudos durante o período crítico da pandemia. Cerca de 15% dos entrevistados também relataram a morte de pelo menos um familiar devido à Covid-19, evidenciando o impacto emocional e social da crise sanitária.

Sobre o Epicovid 2.0

O estudo, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), abordou temas como sintomas persistentes, infecções prévias, impactos econômicos e sociais, vacinação e desinformação.

Durante a apresentação, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a relevância do estudo. “O Epicovid é um levantamento amplo que mensura os impactos da pandemia, mas, infelizmente, não teve continuidade antes devido ao negacionismo científico e à falta de acesso aos dados. O Ministério da Saúde agora reafirma seu compromisso com a ciência, investindo mais de R$ 8 milhões neste estudo.”

O epidemiologista Pedro Hallal, um dos coordenadores da pesquisa, reforçou a importância do levantamento para entender os impactos duradouros da pandemia. “Quatro anos depois, apresentamos um estudo que vai além do monitoramento. Ele analisa como a pandemia alterou a vida das pessoas e das famílias brasileiras, oferecendo dados essenciais para o planejamento de políticas públicas.” O Epicovid 2.0 evidencia não apenas os efeitos imediatos da pandemia, mas também as consequências profundas e prolongadas que continuam a impactar a sociedade brasileira.

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