Com o agravamento dos casos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a criação do Centro de Operações de Emergência (COE) para intensificar o combate à doença e a outras arboviroses. A iniciativa foi apresentada pela ministra Nísia Trindade, que também revelou o novo Plano de Contingência Nacional, voltado para a prevenção e controle da dengue, chikungunya e zika.

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A ministra destacou os desafios impostos pelo retorno do sorotipo 3 do vírus da dengue e pelo fenômeno El Niño, que tem provocado alterações climáticas significativas, como chuvas intensas e aumento das temperaturas. "O regime de chuvas e o aquecimento global foram os grandes fatores para o recorde de casos em 2024. Já identificamos os seis estados com tendência de aumento nos casos de dengue e redobraremos a atenção nesses locais", afirmou Nísia.
Na primeira semana de 2025, 10 mil casos de dengue já foram registrados, com dez mortes ainda sob investigação. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná estão em alerta máximo, devido à tendência de crescimento dos casos.
Em 2024, o Brasil enfrentou uma epidemia sem precedentes, registrando 6,4 milhões de casos prováveis e 6.041 mortes causadas pela dengue – um aumento de 400% em comparação a 2023, quando 1.179 óbitos foram registrados. Além disso, pela primeira vez, a dengue superou a Covid-19 em número de mortes no país em um único ano. Enquanto o Aedes aegypti vitimou 6.041 pessoas, o coronavírus causou 5.959 óbitos em 2024.
Entre as ações planejadas pelo governo, destacam-se:
Expansão do método Wolbachia: ampliação de 3 para 40 cidades até 2025;
Insetos estéreis em comunidades indígenas, reduzindo a reprodução do Aedes aegypti;
Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em locais de alta circulação, como escolas e asilos;
150 mil estações disseminadoras de larvicidas, sendo 3 mil já em instalação no Distrito Federal;
Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitoramento e controle do mosquito.
A ministra reforçou a importância da atuação conjunta entre as esferas federal, estadual e municipal no enfrentamento da dengue. "O papel dos municípios na limpeza urbana e no combate à água parada é essencial para impedir a proliferação do mosquito", destacou.

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Na rede pública, a vacina contra dengue é oferecida gratuitamente para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na rede privada, a imunização está disponível para pessoas entre 4 e 65 anos, com custos que variam entre R$ 700 e R$ 980 para o esquema vacinal completo. Além da vacinação, a população deve adotar medidas preventivas, como o uso de repelentes, roupas longas e a eliminação de focos de água parada, como vasos, pneus e recipientes expostos à chuva.
Com essas ações, o Ministério da Saúde busca conter o avanço da dengue e evitar que os alarmantes números de 2024 se repitam, enquanto reforça o compromisso com a saúde pública diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e a rápida disseminação do Aedes aegypti.