O Ministério da Saúde acompanha de perto o surto de metapneumovírus humano (HMPV) que atinge a China, sobretudo crianças. Embora não haja alerta internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), as autoridades brasileiras mantêm comunicação contínua com o órgão e outros países, monitorando a situação global e compartilhando informações relevantes.
Imagem Jornal de Itirapina
De acordo com Marcelo Gomes, coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros Vírus Respiratórios do Ministério da Saúde, dados recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China (China CDC) indicam que, apesar de as infecções respiratórias na atual temporada serem menos intensas que as do ano anterior, há aumento de casos em algumas províncias do norte do país. Além do HMPV, foram registrados casos de gripe sazonal, rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros patógenos respiratórios. Apesar de especialistas avaliarem como baixo o risco de uma nova pandemia, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação contra a covid-19 e a gripe como medidas fundamentais para prevenir infecções respiratórias graves.
Vacinação e medidas preventivas
“O incentivo à vacinação é essencial, especialmente para grupos prioritários, como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades. As vacinas continuam eficazes contra formas graves, reduzindo hospitalizações e óbitos”, destacou Gomes. Ele também reforçou o uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais e outras medidas de higiene, como lavar as mãos regularmente e manter o distanciamento em casos de sintomas respiratórios. As vacinas contra covid-19 e influenza foram incorporadas ao calendário nacional de vacinação para gestantes e idosos desde dezembro de 2024. No caso da gripe, o imunizante distribuído pelo SUS é atualizado anualmente para proteger contra os subtipos mais comuns do vírus influenza no Hemisfério Sul.
O que é o HMPV?
O metapneumovírus humano (HMPV) é um agente causador de infecções respiratórias nas vias superiores e inferiores. Identificado no Brasil pela primeira vez em 2004, o vírus pode provocar desde casos leves de síndrome gripal até quadros graves que exigem hospitalização. A vigilância do HMPV no Brasil é realizada pelo Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep) e monitorada pelos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHEs), que identificam e acompanham a circulação de diversos vírus respiratórios em diferentes regiões do país.
Como parte dos esforços de controle, o Ministério da Saúde lançou o Guia de Vigilância Integrada da Covid-19, Influenza e outros Vírus Respiratórios de Importância em Saúde Pública. O documento oferece orientações detalhadas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias, além de integrar dados sobre os vírus monitorados no Brasil. A pasta também publica semanalmente boletins epidemiológicos com informações atualizadas sobre síndromes gripais, fortalecendo a vigilância e a capacidade de resposta do país frente a novos surtos.
Além da vacinação, o Ministério reforça a importância de medidas de higiene, como a lavagem frequente das mãos, o uso de álcool em gel e máscaras em locais fechados ou com aglomerações. O objetivo é não apenas proteger a população contra a covid-19 e a gripe, mas também contra outros vírus respiratórios, como o HMPV, que podem causar complicações graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes. A vigilância segue reforçada, enquanto o governo brasileiro mantém o compromisso de proteger a saúde da população e prevenir novos surtos de doenças respiratórias.