NotíciasO governo decidiu que o horário de verão não será retomado em 2024.

17 Outubro, 2024


O governo decidiu que o horário de verão não será retomado em 2024, apesar de uma recomendação feita por um comitê para a volta da medida, que adianta os relógios em alguns estados com o objetivo de desencontrar o pico de consumo de energia. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o cenário atual de chuvas melhorou, o que aliviou a necessidade imediata da medida. No entanto, o governo informou que vai reavaliar a situação nos próximos meses para decidir se o horário de verão será reinstaurado a partir de 2025.

O governo decidiu que o horário de verão não será retomado em 2024

Foto: Jornal de Itirapina

"Nós hoje, na última reunião com o ONS [Operador Nacional do Setor Elétrico], chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão", declarou Silveira.
"Nós temos a segurança energética assegurada, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025", prosseguiu.

"É importante que ele [horário de verão] seja sempre considerado, ele não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político. É uma política que tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, portanto, deve sempre estar na mesa para uma avaliação precisa do governo federal", informou.

Apesar da recomendação feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em setembro, o governo decidiu que não haverá horário de verão em 2024. A avaliação da pasta é de que o cenário das chuvas e os níveis dos reservatórios das hidrelétricas melhoraram, o que elimina a necessidade de adiantar os relógios ainda este ano. Se a medida fosse implementada agora, restaria pouco tempo para setores importantes da economia, como a aviação, ajustarem suas operações. Além disso, a implantação só seria possível em novembro, o que reduziria a eficácia do horário de verão, cujo benefício máximo ocorre entre outubro e meados de dezembro.

Entenda a medida

O horário de verão, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ajuda a aumentar o aproveitamento de fontes de energia renováveis, como solar e eólica, além de reduzir a demanda máxima em até 2,9%. A medida, implementada anualmente a partir de 1985, visava economizar energia ao aproveitar melhor a luz natural do dia. No entanto, com o tempo, mudanças no comportamento da sociedade e avanços tecnológicos diminuíram a eficácia da medida, levando à sua suspensão em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro. A ideia de retomá-lo em 2024 não é pela economia de energia, mas como uma forma de aproveitar melhor a geração solar, reduzindo a necessidade de acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.

Durante o início da noite, a geração solar diminui por falta de luz solar, enquanto a geração eólica aumenta mais tarde, durante a madrugada, com a maior incidência de ventos. O desafio está no intervalo entre essas duas fontes, quando o consumo de energia atinge seu pico e precisa ser suprido por hidrelétricas ou termelétricas. Para preservar os reservatórios das hidrelétricas, que ainda enfrentam secas, o governo tem recorrido às termelétricas, aumentando os custos e as emissões.

Decreto anterior

A possível retomada do horário de verão depende da revogação de um decreto assinado por Jair Bolsonaro em 2019, que suspendeu a medida. Essa discussão já vinha sendo considerada no governo de Michel Temer, que também analisou a mudança nos padrões de consumo de energia e o impacto das novas tecnologias. Mesmo durante a crise hídrica de 2021, a suspensão do horário de verão foi mantida, embora o governo tenha solicitado um parecer do ONS sobre o retorno da medida.

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