O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (28) que a Rússia vai intensificar seus ataques à Ucrânia, incluindo possíveis alvos inéditos em Kiev, em resposta ao uso de mísseis fornecidos pelos Estados Unidos e Reino Unido pelas forças ucranianas. A declaração veio após um bombardeio noturno que atingiu centrais de energia na Ucrânia, deixando mais de um milhão de pessoas sem eletricidade.
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Segundo Vladimir Putin, o ataque às infraestruturas de energia foi o "primeiro passo" da retaliação russa. Nas últimas semanas, Kiev utilizou mísseis de longo alcance norte-americanos e britânicos em operações contra alvos em território russo, um movimento que Moscou considera uma "participação direta" de Washington e Londres na guerra.
Em um tom de ameaça crescente, Putin afirmou que Moscou está avaliando alvos estratégicos na Ucrânia, incluindo "centros de tomada de decisão" na capital, como resposta aos ataques ucranianos com armas ocidentais. "Esses ataques não ficarão sem resposta. Já começamos e continuaremos a reagir de forma proporcional", declarou o presidente russo. Putin também destacou o poderio militar da Rússia, alegando que a produção de sistemas avançados de mísseis pelo país supera a de toda a aliança militar da Otan em dez vezes. Ele prometeu expandir ainda mais a fabricação desses armamentos.
A escalada acontece após o aval dos EUA e do Reino Unido para que a Ucrânia utilizasse seus mísseis de longo alcance contra o território russo. Recentemente, as forças de Kiev intensificaram bombardeios com esses armamentos em regiões russas, desafiando o controle de Moscou e ampliando o alcance do conflito. O Kremlin interpreta o uso dessas armas como uma linha vermelha ultrapassada pelo Ocidente, reforçando sua narrativa de que a guerra deixou de ser um conflito regional para se tornar uma batalha por procuração entre a Rússia e as potências ocidentais.
Os ataques noturnos às centrais de energia ucranianas evidenciam a estratégia russa de atingir a infraestrutura crítica do país, colocando a população civil em risco à medida que o inverno se aproxima. A falta de energia elétrica em regiões amplas da Ucrânia pode agravar a crise humanitária no país, já sobrecarregado pela guerra.