O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou polêmica nesta semana ao sugerir que o Canadá deveria se tornar o "51º estado" norte-americano. Em uma série de declarações públicas e postagens em redes sociais, Trump defendeu a ideia como vantajosa financeiramente para ambos os países, o que gerou uma reação imediata e contundente de autoridades canadenses.
Imagem da internet
Na noite desta terça-feira (7), Trump publicou mapas nos quais o território canadense aparece incorporado aos Estados Unidos. Em um dos posts, a bandeira norte-americana cobre toda a extensão do Canadá, acompanhada da legenda: "Oh, Canadá!". Em outra publicação, o mapa apresenta os dois territórios unificados e identificados apenas como "Estados Unidos", sem qualquer legenda adicional.
Declarações polêmicas
Desde segunda-feira (6), Trump vem abordando o tema de forma provocativa. Durante uma coletiva de imprensa na Flórida, o republicano classificou a fronteira entre os dois países como uma "linha artificialmente desenhada" e sugeriu que a anexação do Canadá resolveria questões financeiras e de segurança. "Eles [os canadenses] são ótimos, mas estamos gastando centenas de bilhões por ano para protegê-los. Estamos gastando centenas de bilhões por ano para cuidar do Canadá", declarou Trump, insinuando que o custo de manter a relação atual com o país vizinho seria insustentável para os Estados Unidos. Trump também mencionou a possibilidade de impor tarifas ou promover boicotes a produtos canadenses caso sua proposta não fosse considerada. A ameaça foi recebida como um gesto de intimidação, intensificando o desconforto diplomático entre os dois países.
Imagem da internet
Resposta canadense
As declarações de Trump foram rapidamente repudiadas por líderes do Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau respondeu com firmeza, publicando uma mensagem em redes sociais em que rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de anexação. "Nunca, jamais, o Canadá fará parte dos Estados Unidos", afirmou Trudeau. Ele destacou que a relação comercial e de segurança entre os dois países já é mutuamente benéfica e que a soberania canadense não está em discussão. Em outro post, Trudeau ironizou a proposta de Trump ao dizer que a chance de o Canadá ser incorporado aos EUA é menor do que a de "uma bola de neve não derreter no inferno". A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, também criticou duramente as declarações de Trump, classificando-as como "desrespeitosas e ignorantes". “Os comentários do presidente eleito Trump mostram uma total falta de compreensão do que faz do Canadá um país forte. Nunca recuaremos diante de ameaças", declarou a ministra.
Imagem da internet
Impasse diplomático
As declarações de Trump, que assumirá a presidência dos Estados Unidos no próximo dia 20, já geram preocupações sobre o impacto que sua postura pode ter na relação bilateral entre os dois países. Apesar de serem os maiores parceiros comerciais e de segurança um do outro, as recentes declarações do republicano adicionam tensão a um relacionamento historicamente marcado pela cooperação. Analistas apontam que a proposta de anexação dificilmente será levada a sério no cenário internacional, mas o episódio ilustra o tom provocador que Trump deve adotar em seu novo mandato. Especialistas também alertam para possíveis consequências econômicas e políticas, caso as ameaças de tarifas ou boicotes se concretizem. Por enquanto, o Canadá segue firme em sua posição de manter sua soberania intacta, enquanto o mundo observa com apreensão os próximos passos do presidente eleito dos Estados Unidos.